Conselho reprova as contas de Augusto Melo e sugere afastamento por gestão temerária
O Corinthians enfrenta um dos momentos mais delicados de sua história recente. O Conselho de Orientação (Cori) recomendou a reprovação das contas do primeiro ano da gestão de Augusto Melo, além de sugerir seu afastamento por gestão temerária.
O relatório aponta um aumento do passivo em R$ 829 milhões em apenas um ano, elevando a dívida total do clube para R$ 2,5 bilhões.
Neste post, explicamos passo a passo o que está acontecendo, os motivos da reprovação e as possíveis consequências para o presidente.
O Que o Cori Apontou no Relatório?
O Conselho de Orientação (Cori) emitiu um parecer contundente, aprovado por 16 votos a 1, destacando os seguintes pontos:
Aumento do passivo em R$ 829 milhões, embora o endividamento líquido tenha crescido cerca de R$ 600 milhões, já que o passivo inclui receitas futuras.
Falta de transparência: ausência de balancetes mensais e documentos essenciais, como faturas de cartão de crédito (R$ 4,8 milhões) e contratos, incluindo o de Memphis Depay (estimado em R$ 120 milhões).
Contratações questionáveis: falta de clareza em contratos de prestação de serviços, como o da Workserv (empresa de segurança).
Ajustes contábeis não justificados: a diretoria não apresentou comprovação para ajustes gerenciais de R$ 192 milhões.
Diante disso, o Cori classificou a gestão como "temerária" e recomendou a reprovação das contas e o afastamento de Augusto Melo.
A Reprovação pelo Conselho Deliberativo e o Risco de Impeachment
Na noite desta segunda-feira, o Conselho Deliberativo seguiu o parecer do Cori e do Conselho Fiscal, reprovando as contas de 2024 por 130 votos contra, 73 a favor e 6 abstenções.
Essa decisão abre caminho para um possível processo de impeachment, já que, segundo o estatuto do clube, a reprovação por gestão temerária pode levar à destituição do cargo e até inelegibilidade por 10 anos.
Augusto Melo reagiu dizendo estar "tranquilo", afirmando que irá "provar na Comissão de Ética" que apresentou os documentos necessários.
No entanto, a pressão aumenta, especialmente porque:
O clube registrou déficit de R$ 181,7 milhões em 2024, após três anos de superávit.
A gestão alega que herdou dívidas de R$ 191,2 milhões da administração anterior.
A diretoria apresentou um "resultado ajustado", alegando superávit de R$ 9,5 milhões, mas sem consenso entre os conselheiros.
Como Isso Afeta o Corinthians no Curto e Longo Prazo?
Problemas Imediatos
Restrição de investimentos – Com o aumento da dívida e a reprovação das contas, o clube pode ter dificuldades em captar recursos.
Risco de sanções – O não cumprimento de regras do Profut e outros órgãos fiscalizadores pode trazer penalidades.
Desgaste institucional – A falta de transparência afasta patrocinadores e investidores.
Consequências a Longo Prazo
Possível impeachment – Se Augusto Melo for afastado, o clube entra em nova turbulência política.
Efeito no futebol – Sem solidez financeira, o time pode perder competitividade no mercado de transferências.
Legado negativo – A gestão pode ser lembrada como uma das mais problemáticas da história recente do clube.
O Que Esperar Agora? Próximos Passos da Crise
Com a reprovação das contas, os próximos capítulos dessa crise devem incluir:
Análise da Comissão de Ética – Augusto Melo terá que se explicar sobre as irregularidades apontadas.
Pressão por impeachment – Conselheiros já discutem a abertura de um processo de destituição.
Busca por soluções financeiras – O clube precisa renegociar dívidas e garantir fluxo de caixa.
Transparência urgente – A diretoria precisa divulgar os documentos faltantes para tentar reverter a situação.
Enquanto isso, a torcida vive um misto de revolta e preocupação. O Corinthians já enfrentou crises antes, mas a combinação de endividamento explosivo, falta de transparência e risco de impeachment coloca o clube em um dos momentos mais delicados de sua história.
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