Com mais de R$ 360 milhões envolvidos, o contrato entre o Corinthians e a VaideBet prometia ser o maior da história do clube. Mas o que começou como uma alavanca de marketing se tornou um desastre institucional, culminando em indiciamentos criminais, desgaste de imagem e crise interna sem precedentes.
A Polícia Civil de São Paulo concluiu o inquérito sobre o Caso VaideBet e indiciou cinco ex-dirigentes do clube, incluindo Yun Ki Lee, ex-diretor jurídico, por omissão imprópria — ao não impedir irregularidades no contrato com a empresa intermediária Rede Social Media Design.
Além dele, também foram indiciados:
Augusto Melo (presidente afastado)
Marcelo Mariano (ex-diretor administrativo)
Sérgio Moura (ex-superintendente de marketing)
Alex Cassundé (intermediário da empresa fantasma)
Todos respondem por furto qualificado, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
O Ministério Público agora analisa a denúncia final. Se aceita, os cinco se tornam réus em ação penal. Depoimentos de mais de 20 testemunhas já foram colhidos. O juiz decidirá pela absolvição ou condenação.
A bomba estourou com o depoimento dos empresários Toninho Duetos e Sandro dos Santos, que revelaram ao programa Fantástico terem feito a ponte entre a VaideBet e o Corinthians a pedido de André Rocha, CEO da casa de apostas.
Eles alegam nunca terem recebido a comissão prometida pela intermediação e denunciam que a diretoria usou uma empresa paralela e desconhecida para redirecionar os R$ 25 milhões da comissão – parte do dinheiro foi parar em contas de laranjas.
Em 2023, o Corinthians assinou com a VaideBet um patrocínio recorde de R$ 360 milhões.
No papel, uma empresa de marketing receberia R$ 25 milhões por intermediar o negócio. A polícia, no entanto, concluiu que essa empresa não participou de nada e foi usada para lavar dinheiro.
Durante a reunião inicial, estavam presentes:
André Rocha (CEO da VaideBet)
Augusto Melo (presidente do Corinthians)
Marcelo Mariano (diretor administrativo)
Os empresários Toninho e Sandro (intermediadores originais)
Após uma pausa em que Augusto Melo e Mariano conversaram em particular, os empresários foram informados de que outra empresa já cadastrada no clube seria usada para o repasse, levantando a suspeita de fraude.
A crise resultou na invasão da sede do clube por torcedores, pedidos de renúncia e o afastamento de Melo.
A diretoria alega que o clube é vítima da fraude e promete se defender judicialmente.
A parceria com a VaideBet tinha tudo para reforçar a imagem do clube e sua projeção comercial. Mas a falta de governança, transparência e compliance transformou uma oportunidade em um rombo moral e institucional.