Na noite de segunda-feira, 25 de agosto de 2025, o Corinthians definiu seus novos líderes em uma eleição indireta marcada por tensão política, pressão da torcida e expectativa nos bastidores. Osmar Stabile, que ocupava o cargo de forma interina desde o afastamento de Augusto Melo, foi eleito presidente do clube com 199 dos 264 votos válidos do Conselho Deliberativo — o equivalente a 75,3% da preferência. Apenas um voto foi registrado em branco.
A eleição contou com a participação de 265 conselheiros, entre trienais e vitalícios. Stabile superou Roque Citadini, que obteve 50 votos, e André Castro, que recebeu 14. Com a vitória, ele assume oficialmente o comando do clube até dezembro de 2026, encerrando o mandato iniciado por Melo, que foi destituído após um processo de impeachment por irregularidades administrativas.
Leonardo Pantaleão foi eleito vice-presidente do Conselho Deliberativo com 119 votos, derrotando Peterson Ruan (75 votos) e Rodrigo Bittar (64 votos). Além da vice-presidência, Pantaleão também assumirá a presidência da Comissão de Ética e Disciplina.
Do lado de fora do Parque São Jorge, torcedores protestaram durante a votação. Faixas exigindo reformas no estatuto e maior fiscalização sobre ex-dirigentes foram estendidas, e notas falsas de R$ 100 com rostos de conselheiros e a frase “Se gritar pega ladrão, não fica um” circularam entre os manifestantes.
Em sua primeira coletiva como presidente eleito, Stabile adotou um tom firme e prometeu uma gestão livre de influências do grupo político “Renovação e Transparência”, que comandou o clube por 16 anos. Ao ser questionado sobre possíveis nomes ligados ao grupo, ele foi direto:
Quero dizer a vocês que figurinhas carimbadas não terão na administração. Não terá nenhuma figurinha carimbada que já trabalhou no passado.
Stabile também confirmou a permanência de Fabinho Soldado como diretor executivo de futebol e descartou a nomeação de um diretor estatutário neste momento:
Fabinho continua. Ele está mostrando um trabalho bom. Alguns ajustes já fizemos, mas ele está sempre pronto a atender os ajustes necessários. Ele se encaixou na filosofia nova de trabalho.
Outro ponto abordado foi a renegociação dos naming rights da Neo Química Arena. Segundo o presidente, há pelo menos três empresas interessadas em assumir o contrato, atualmente considerado defasado. A multa rescisória com a Hypera Pharma, que gira em torno de R$ 50 milhões, cai em setembro, e o clube pretende abrir concorrência para aumentar o valor do acordo.
A expectativa agora gira em torno da capacidade da nova gestão de pacificar os bastidores e dar estabilidade ao futebol, como pediu o técnico Dorival Júnior após a vitória sobre o Vasco. A torcida segue vigilante e exigente, cobrando que as promessas de ética, transparência e renovação se concretizem.